terça-feira, 26 de abril de 2016

Delírios de uma gata...



Um dia um rato chegou na casa de sua amiga gata de pelos negros. Ela os cobre com bandagens e faixas e os escova bem. Lustrosos,limpos,escondendo suas feridas e faixas, ainda que as diga ao dragão, ainda estão as feridas estão fechar devagar, algo frágil como um floco de neve.

Andando pela rua, falando com o rato, este lhe diz.

-Conheço cada ferida tua gatinha... O que fizemos foi divertido... vc se lembra? 

Sorrir e ser gentil, a mesma gentileza que num passado distante, aonde a gata ferida teve o rato que lhe ajudou, enfaixou. E trocava os curativos, por isso a gratidão da gata. Mas a ferida aberta e funda, ainda persiste em sua alma, ainda com as lambidas da saliva curativa do dragão. 

-Sim...mas não me lembro bem senhor rato...

Riu sem graça e ignorou 90% do que ele falava. Eram assuntos e memórias que fazial mal á sua alma leve e doce que devagar se afogou nas memórias do reflexo, como o retrato de dorian gray, só que ela via tal imagem em seu espelho. Devagar se lembrou do por que das feridas em seu corpo.

-Se eu quiser... eu poderia destruir o romance de quem eu quiser... conheço os podres de todos... em especial o seu gatinha... nem a panda e o urso polar ou o peixe e a gata parda podem te salvar.... Sei como vc é realmente...

Sorrir para ele e dizer algo que parecesse forte... Mas de fato, eu lembro daquele reflexo tolo e tosco... Sou um gato agora... mas minha alma canina implora pela lua, grita e clama pela coleira despedaçada... Memórias das manchas rubras em minha alma, orelhas e cauda arrancadas, e as mãos delicadas do rato naquela tarde fria e vermelha aonde teve sua alma despedaçada pelo anjo negro de arthemis.

-venha... vou cuidar de vc....

Com orelhas de um gato e cauda de um, esqueci de meu coração canino, esqueci do passado, do amor, me rendi á vida de um gato, sem dono,sem coleira, sem regras nenhuma. Não estamos fazendo sexo... o que tem de errado? sou uma gata agora... ninguém vai me amar agora... essas bandagens feias... se o rato não as trocar... vou apodrecer e morrer... Eu preciso do rato... em troca, só preciso deixar que ele toque meu pelo. que mal tem nisso?...

O mal disso não veio, naquele ano e nem depois, mas o coração apodrecido de um cão vivia naquele corpo felino, morto sem alma. Até o sorriso doce de uma raposa, as palavras sabias e gentis de um dragão... fez a gata desejar retornar ao seu coração canino... Desejou, ser limpa e bela como as escamas daquele dragão... 

Como um lobo ansiando pela lua, Desejando a terra úmida sob as patas. A gata desejou o Dragão mais que sua própria alma... Ainda ele a aceitando, suas bandagens ainda doiam... elas doem.. elas a sujam, elas a marcaram. Por que não posso ser limpa como aquelas escamas? Um gato de rua é um gato de rua,não?

-Ora querida gata... vc sabe que o dragão... teve uma pardal linda... de penas limpinhas... vc é uma gata suja... 

Oh! pobre de mim! antes uma linda inu de pelo branco como a lua, mas que devagar manchou-se de negro e perdeu tudo... reduzida á uma gata preta, associada pa má sorte... Uma pardal?

-uma pardal?

-conheço ele demais irmã gata... vc esta certa demais disso, vc se lembra do anjo caído?.... 

sim,lembro... ele arrancou meu pelo branco e minhas orelhas e cauda...me reduzi á um nada... um lixo...como esqueceria?

-O meu dragão é diferente....-respondi confiante-

-vc disse isso da ultima vez com o anjo...-disse numa voz assustadora aos meus ouvidos-

-se eu não acreditar que vai dar certo, senhor rato, que tudo dará certo entre eu e o dragão..quem irá crer?

-....verdade... mas tome cuidado... -sombrio- e se vc feri-lo... vc pagará por isso...-disse ameaçadoramente, que fez minha alma gelar-

Não compreendi bem... por que. Mas senti medo daquele rato. Ele sabe das minhas feridas, me mataria assim que desejasse... Por que minha cauda esta presa nas mãos de um rato?... poderia mata-lo!!!...mas... minhas bandagens... irei apodrecer?... irei apodrecer?... hora de arrumar o pelo... preciso ver o por do sol com meu dragão... 

Fim- Delírios de uma gata...



Seria mesmo eu uma gata? Ou apenas um cão que aprendeu miar para sobreviver?....

Ah, se o rato falar tudo que sabes.... ele vai me abandonar... o dragão vai me deixar... mas não quero largar o dragão para estar com o rato... não mesmo..

Ainda... não abracei o dragão o bastante... e não disse o bastante que o amo... verdade... preciso me embriagar com seu cheiro... e seu calor... se seu cheiro ocultar meu cheiro podre... poderei dormir em paz...

Podre... seria eu assim?... Quero... o dragão aqui... comigo... Pecarei novamente? O rato diz que to fazendo a mesma coisa... to com medo... Mas... preciso ser forte...

Preciso... lhe dizer... ... destas feridas podres... mas eu as odeio... Por que?... rato?... me tiraste minhas faixas novas?... agora... vou apodrecer por dentro... Que o dragão não me olhe apodrecendo..


segunda-feira, 18 de abril de 2016

Ciúmes... é mesmo uma droga...



O que eu faço... Para você olhar para mim?
Sei que aquela pessoa precisa da sua amizade... Mas eu preciso de 3 minutos para me sentir feliz... O que eu preciso... fazer?

Talvez... Eu precise aprender ser menos egoísta? não?