quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Comendo



Não me lembro quando isso começou. Talvez foi com aquela noite que chorei noite em claro. Talvez foi quando meu castelo de areia caiu por causa da onda do mar.

Não restou muita coisa então construí tudo que era de papel em cima da lama. Eu sei que aquela onda vai voltar. Mas... esta tudo bem ir vivendo.

Esta tudo bem a voz do chester ser a única coisa que eu me agarrava. Eu sei que ele se foi. Eu sei que um dia a mesma coisa irá me levar. Só precisará de 5 minutos que eu falhar.

Minhas pernas afundam nesta areia cheia de água, crio o castelo frágil com minhas lágrimas. Mas sei que em breve a onda vai voltar e levar tudo.
Você não pode ver este demônio grotesco comendo meu cérebro e destruindo meus nervos, mas esta tudo bem. Eu sei me regenerar mais rápido do que ele me come. Muitas pessoas também tem isso, não sou a primeira e a ultima doente assim.
Mas... Mas sabe que eu preciso que me ouça para que essa dor seja abafada, você sabe que seu abraço afasta este demônio por alguns minutos. Esta tudo bem, Meus monstros comerem mais um pouco.

Estou aprendendo ser o deadPool. Mas sabemos como isso termina, sabemos que quando não houver mais nada para comer ele vai me levar para algum lugar aonde não restará nada para mim. O inferno vai me comer, e eu ficarei o resto da eternidade presa em algum lugar aonde só existe dor e sofrimento e nenhuma oração poderá ser ouvida, afinal,suicidas não merecem a felicidade e nem uma morte digna.

Eu não quero isso. Então deixo ele me comer. Esta tudo bem. Esta tudo bem. Eu já aprendi me regenerar. Mas não quero ir sem saberem que eu lutei.

Mas se tudo acabar assim. Não venha chorar, sorria e siga em frente. Não quero ninguém triste. Suícidas não merecem isso. Não fiz nada na vida de ninguém para prolonga-la.

Se eu tivesse um desejo. Gostaria de ter cantado e salvado a vida de outras pessoas. Pois a voz de muita gente já me salvou.


Alias não vamos terminar este texto em baixo astral. Curte esta imagem fofa do Deadpool. Não vou falar que morri sem rir e sem me divertir. Pois não deixei este monstro que esta me comendo fazer eu ficar uma depressiva bobona. 

A depressão é como a cor dos seus cabelos....


Sabe, hoje vou escrever um texto longo. Tudo bem se você não quiser ler.

Sabe, a depressão é algo sem cura mesmo, eu tenho lutado cada dia que passa contra isso. Eu tiro fotos e tento sorrir, mas sinto que ainda parte de mim jamais vai voltar para mim. Então vamos viver com o que me restou.

Sinto que cada dia que passa estou falhando em me recuperar. Cada dia eu erro mais e mais no mesmo erro. Eu tenho tentado se apegar menos ás coisas e aceitar as falhas e erros, tenho lutado cada maldito dia para que minhas lagrimas não desçam por este rosto que tanto odeio. Por que meu reflexo é tão feio? Eu ainda não me amo, ainda não vejo nada de bom em mim. Nada realmente vale a pena, mas percebi que minha vida não é só minha, ela é também das pessoas que se importam. Cada dia mais vejo que as outras pessoas também tem problemas e que nenhuma delas precisa me ouvir. Mas eu preciso que me ouçam. Mas no final, quem é mesmo que eu preciso? Cada dia mais meus problemas parecem não ser tão significantes, coloco-os os no bolso e vou correr para quem precisa, cada dia mais meu bolso esta cheio e mais pesado, minhas pernas estão me matando, mas quem liga para isso? Eu não suporto meu reflexo e não consigo mais ver meus problemas como algo significante, então não consigo mais chorar por eles e nem me importar com eles. Por mais que isso arranhem meu coração, por mais que isso me machuque. Tudo que me resta é a voz do Chester. Ele se foi, eu também devia ter ido. Mas estou aqui fazendo hora extra, então vou fazer isso direito. Eu vou superar essa porcaria que tem me cegado faz anos, eu tenho lutado, mas isso um dia vai me matar... Só não sei quando... Eu só não sei quando...

Quando eu me for. Saiba que eu lutei. Ok? Eu não vou meter uma corda no meu pescoço. Não vou pular da ponte. Mas seja o que me levou, eu lutei. Só preciso saber que você sabe disso. Afinal, do que adianta uma morte em vão se nem ao menos serviu para algo.