domingo, 28 de fevereiro de 2021

para aonde vamos?


Eu ando refletindo sobre muita coisa. E principalmente em como o mundo dos sonhos tem me agradado. Eu ando fugindo para lá.

Casa linda, a cama cheira a rosas, o aquário esta limpo, a gaiola do furão tambem. A comida esta fresca e pronta na mesa, nada de microondas e cupnoodles.

Legumes frescos cozidos com temperos deliciosos. Roupas lindas no guardaroupa, uma mascara fofa me esperando e um quarto onde eu gravo coisas bestas do meu dia a dia sendo um personagem mascarado fofo.

Eu sou... Linda, rica, um marido que trabalha fora viajando, filhos já crescidos em suas aulas particulares. A empregada é minha amiga e me ajuda muito.

As vozes nao existem, a ansiedade, ansia de vomito, todo o desconforto dentro da minha cabeça.

Isso... É tão bom...


Então eu acordo. A cama fede a mofo, os animais do aquario nao estão mortos por que Deus os protege, o furão na gaiola esta ali para o bem dele, pois eu tenho instinto de mata-lo. O desejo insaciavel de taca-lo na parede me faz desejar meter a cabeca na parede.

Meus olhos pesam de sono e não querendo ver a casa em sua ruína, o armario me aguarda com mais 1 cup noodles para o almoço. Eu sempre faço um jantar melhor e tento sorrir.

O monstro de pele derretida, cabelo seco emaranhado e rosto inchado me encara no reflexo do espelho. Ele sorri e aponta para minhas costas. Alguem me observa e seu olhar assasino me tira a paz. Ele me observa.

Alias, essa sensação de ser observada nunca passa, assim como o desejo de parar com essa dor. Bater a cabeça na parede... Bater até a dor emocional sumir e meu corpo sangrar.

As vezes eu abria a torneira com agua quente e deixava escorrer em meu braço. Talvez se eu sangrar isso me ajude pensar melhor? Fazer como na idade média?

Eu não quero e nem sinto desejo de lutar contra a minha decadência. Apenas vivo um dia de cada vez.

Eu podia limpar a casa que me assombra quando meu marido saí... Mas "ele" me observa. "Ele" a sombra inesistente presa em minha mente que faz sons grotescos assustadores.

Eu me sinto como se alguém berrasse comigo e ameaçasse me machucar e me matar se eu cometer um erro. Uma paranóia que nao passa.

Eu desisto...
Por hoje. Eu desisto da casa, do cheiro agradavel, de um ambiente que me ajude minha mente perturbada se acalmar. "Ele" me espia da porta sorrindo.

Eu vou dormir. Preciso estar linda para os meus fãs... Preciso cuidar dos meus filhos...

Lá eles estão seguros de mim...

Acho que isso tem me destruído... Eu queria ter filhos. Mas a cada dia me sinto mais mentalmente doente. E mais violenta em um ambiente nojento... Como ter filhos?

Eu os mataria com alguma doença da sujeira da minha casa... 

Eu vou dormir... Lá eu tenho tudo que eu quero. Menos um bom marido...

Aqui eu tenho um bom marido... E ele é muito bom comigo...

Mas eu me sinto como a boneca na estante dele... Ou um cachorrinho de estimação...

Eu nao vejo nada alem de um monstro no espelho... Enlouquecido mas sentado com sua bela coleira que o faz se manter quieto.

Eu me sinto deprimida... Não vejo um futuro para o meu sonho... Eu vou dormir. Meu bebê está me esperando. Ele é tão fofo....

Obrigada senhor monstro do espelho, por parar de ir em meus sonhos. Ao menos ali... Eu tenho minha realização pessoal.

Não que seja ruim a realidade... Mas... 
Ambos os lado... O sonho onde tenho tudo menos o amor de quem amo... É triste...
Mas... A realidade onde tenho apenas o meu amor... Tambem é triste...

Bem, ele não esta aqui. Vou dormir. Há muita coisa para fazer. Mas vou dormir. Não há muita razão de existir sem ele aqui... Se eu posso existir onde esta o meu bebê e meu sonho... Certo?

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Ola?


Olá... Eu posso assistir seu vídeo e gosto do seu canal no YouTube...
Olá?.... Sabe, eu as vezes me sinto sozinha e coloco o áudio de vídeos com pessoas falando para me reconfortar um pouco. Mas... Eu percebi que as vezes isso me faz mais solitária.


Eu escuto as pessoas no meu trabalho. Todas tem filhos. E o mundo gira sobre coisas que eu não conheço, eu faço perguntas bobas e tento entender. Mas... Eu ainda sinto que só estou assistindo o diálogo dessas pessoas. Tento interagir pouco, pois tenho altos e baixos muito extremos....


Eu sou o médico e o monstro... Acho que quem convive sabe como cada dia é mais fácil ou difícil ter o monstro quieto.

Hoje em dia o mundo é bem colorido. Mas... Acho que sou bem cinza em alguns aspectos.
Bem, vamos lá. Sobre meus medos. Com quem vou falar? Meu marido está cansado de ouvir. As vezes nem digo o que e por que. Apenas que estou assustada.
Sobre meu corpo. Eu queria ouvir um médico. Será que estou bem? Desde que mudou meu anticoncepcional a minha cabeça não é mais tão saudável. Dizem que é o stresse e algo da parte religiosa. Será mesmo?

Hum... E sobre sexo?... Isso é tão desagradável e exaustivo. Sempre precisando ficar falando e dizendo dando notas na relação como se fosse um crítico gastronômico... Isso me quebra. Me deixa frágil e me desanima em buscar gostar... Dói muito... As vezes não dói nada. As vezes é bom, mas fico de 5 á 32 horas com dor e não há remédio que me ajude. Como se meu corpo dissesse. Você devia parar com isso.

  

Eu as vezes sinto que mundo decidiu tentar me quebrar. Por que eu nasci uma garota?
Por que minha cabeça não fica em silêncio?
Por que aquele homem atrás de mim não vai embora? 
Quando tudo é doloroso demais eu busco algo para me reconfortar. A melhor coisa que eu tive foi um casal de axalotes.

Foi, tão bom. Mas também é doloroso. Eles se foram. E eu fique sozinha. Eu tenho um furão. Mas eu machuco constantemente, a gaiola é para o bem estar dele. Eu só a abro quando á alguém mais para me vigiar.

Todo novo axalote está morrendo rápido.
Acho que eu os matei... Decidi não pegar mais nenhum. 
Apesar que isso me faz chorar e encarar aquele aquário sujo e vazio todo dia.
A dor... É... Insuportável. É como uma ferida aberta infeccionada escorrendo sujeira.

Eu... Ainda continuo respirando... 

É doloroso... Mas, estou aqui.

Dias.... vermelhos?


Eu moro onde as montanhas me rodeiam e sempre há um novo por do sol para fotografar. O dia é lindo por aqui. Mas eu sempre fico mais depressiva, nervosa e assustada quando vem meu período menstrual. É como se minha cabeça doente piorassem em 200%.

O duro é quando já estou cansada. Já sinto como se arrastasse pelo deserto por kms e kms. E ainda não houvesse nada além de miragens no horizonte.

Estou sem forças. E não sinto que eu tenha para onde ir. Tudo que sinto é o desejo de fechar os olhos e ficar afogada embaixo da água, como se não houvesse mais razões para lutar contra a tempestade e esse mar violento que me cerca. Estou esgotada.

Parece que gasto todas as forças em apenas continuar respirando.

Isso me cansa. Me irrita. Me revolta.
Sinto como se virasse a minha pior versão. Mas... Quem consegue sorrir se está afogado em dor, alucinações, medo e incertezas?

Hoje o remédio não tirou minhas cólicas menstruais. Hoje, eu não dormi bem... Alguém está me observando. Eu sei, não é real. Mas ainda assim é assustador.

Eu fico tentando me sentir segura me afundando na coberta. Mas eu sei... Que a coberta não vai mais me proteger.

Eu não tenho para onde ir... Pois, o que quer que esteja tirando a minha paz... Irá junto comigo. Você pode compreender ... Isso?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

omori... omoi?


Ei, você viu aquele jogo não? Omori? Não?
Ah,... É sobre... (Poderia parar de ler este POST para não ver spoiler? Se vc já sabe. Ok. Continue)

É sobre aquele menino carregando a culpa e as consequências que isso arrastou-se sobre ele e seu cúmplice. Parece tão banal quando é explicado. Mas... Se você jogou ou assistiu. Sabe como isso é mais profundo.


Eu gosto de tirar fotos de paisagens. Pois é como se isso me ajudasse perceber que o mundo é muito bonito. E esquecer o reflexo no espelho.
Sunny viveu com culpa e isso o forçou ser outro alguém, omori. Eu me odiava tanto que criei outros para viver por mim.

Sunny, teve de escolher na tela de game over se ia continuar ou não. 
Bem, se você está lendo isto. É por que eu ainda aperto o botão de continuar.


Há alguém me apoiando em minha jornada. E isso faz com que eu tente ser forte. Mas... Não podemos ser o tempo todo carregados não?



O que quero dizer é... Quantos sunnys você conheceu? Quantos dele você ajudou de forma errada como Basil ou simplesmente virou as costas?

Omori... Me soa como omoi. Que é a palavra usada em japonês para dizer pesado. Mas em alguns contextos ouvi dizer que pode ser usado para sentimentos pesados.

Aquele jogo. Me disse muita coisa... Me pergunto se um dia poderei dizer tanta coisa como aquele jogo... 

Eu quero fazer coisas abstratas terem sentido... Por isso aprendi desenhar um pouco. Mas eu tenho medo. 
O que dirão de mim?
Eu sou honesta demais quando escrevo ou desenho... E se alguém ver meu real eu. Está tudo bem eu por um nome diferente na assinatura?

Mas... E se este outro eu não for só um nome... For igual omori?...

Se eu perder a luta. Alguém terá visto quantos continue eu tentei?...

Queriam que soubessem... Que eu tentei.
Aliás, eu ainda estou respirando. Por favor. Continue respirando...

Acho... Que poucos vão entender isso. Se aceitar. Continuar respirando...

Pois. Tudo é "pesado". Ou... É o nosso medo que pesa? 

Eu não sei a resposta... Só sei como continuar viver. Por enquanto isso basta não?
Eu me culpo... Por muita coisa. E acabo jogando este sentimento em memórias ruins do passado para poder odiar outra pessoa.

Isso gera um ciclo. Não sei quebrar.
Quem sabe um dia. Bem...

Omori diz tanta coisa... Queria saber dizer algo assim também.

Desculpe. Eu entrei em Pânico.
Então... Boa noite.