Eu era pequena, e já via aquele alguém, rindo, e me chamando para correr e sugerindo brincadeiras.
-você viu aquela garota?...-eu disse para alice, minha babá.
-que garota?-ela disse confusa.
Então eu soube, naquele momento, enquanto a menina ria de forma levada que não era real. Era nosso segredo, nunca falei dela, a menina sem nome que amava correr e brincar.
A menina que me disse sobre fica quieta, não fizer que podia vê-la se não me levariam ao hospício e coisas ruins aconteceriam. Falavamos em sussurros, até que aprendi conversar olhando o vazio...
E assim foi. Ela se foi, outros vieram. O meu outro eu de dentro do espelho é tão volátil quanto ver o reflexo em um lago, se distorcendo e sendo mudado a qualquer menor coisa.
Eu tentei ignorar todos, silencia-los. Até remédios tomei. Me anulando, me cortando, me modificando, enlouquecendo ...
E agora no auge dos meus quase 30 anos. Entendi, eles nasceram comigo e vão partir comigo... Enquanto eu viver... Eles vão viver. E hoje aprendemos a rir e chorar, conviver em paz...
Eu sou louca? Talvez... Mas sabe. Desta vez, esta tudo bem... Isso não tem cura e eu não preciso de pena. Apenas...vejo o mundo de forma diferente ... Eu nunca estou só.
Eu não sei o que é solitude... Pois sempre há uma sombra me fazendo companhia. Isso é bom?
Eu não sei... não conheço outra realidade sem remédios...
Em fim... Só...queria compartilhar que...esse é o meu "normal". Eu e eles ...