As vezes o cansaço vence. As vezes a luta se torna sem objetivos.
Sinceramente eu, eu me sinto vazia. Acolhida?
Minha psicóloga fala que devo me acolher e cuidar de mim. Devo chorar e aceitar as coisas. Devo fazer o que posso.
Mas as vezes eu sinto que isso é solitário. Como aquele lenhador que vai na mata cortar a própria lemha e depois prepara a própria refeição e solitariamente desfruta disso.
Eu tenho um parceiro. Ele me apoia em muita coisa. Me ajuda a suportar muita coisa. Mas ao mesmo tempo eu nunca me senti tão... Tão solitária.
A névoa, os lobos e os monstros que só eu posso ver e vencer estão ali. Me aguardando.
Eu acabo sempre ali, esperando. Esperando que alguém me note e me escolha. Que me acolha...
Por que eu não quero mais gritar e desejar atenção. Eu cansei de lutar por essa porcaria.
Afinal, quando você luta demais, o que te servem é sempre uma porção mínima e com aquele olhar que você devia ser grato por essas migalhas.
Sinceramente. Essas migalhas de afeto. Me fazem sentir solitário, faminta e cansada.
Me perguntar por que eu preciso me virar e lutar. Por que eu preciso correr e me esforçar. Por que eu?
Por que ele não pode me ajudar? Por que sobra para mim fazer tudo? O mínimo esperado nunca é feito.
Então... Então eu preciso anotar, correr atrás e lutar.
Mas... Eu estou cansada. Eu só te pedi 1 coisa... 1 coisa...
E você não é capaz de me dar. E isso... Eu estou aos poucos começando a pensar... Eu realmente...
Eu realmente valho tão pouco?
Você disse que me ama. Mas não sinto nenhuma atitude sobre isso.
Se eu não buscar comida. Passamos fome.
Se eu não cozinhar ou pedir não há jantar.
Se eu não lavar esta sujo. Se eu não arrumar está bagunçado.
Eu imploro ajuda. Mas você diz que vai fazer e não faz. Isso tem quase 10 anos...
Eu realmente... Eu realmente estou cansada.
Eu cansei. Eu quero mais. Eu quero me sentir amada.
Essas migalhas não bastam. Eu esperava que você me ofertasse mais se eu lhe desse mais de mim. Como um retorno de meus esforços...
Mas... Você só me enche de objetos. E uma felicidade momentânea. É bom. Mas... Quando a porta se fecha.
Me resta um ninho vazio cheio de coisas...
A solidão ecoa. E a tristeza bate. Eu não quero mais comer. Não quero mais sonhar com nada.
Eu sinto... Eu realmente sinto que não importa... Eu sinto que não importa...
Tô exausta. Queria apenas descansar minha cabeça. Mas se eu não me esforçar. Se eu não lutar. Não haverá amanhã para mim.
Estou triste. Estou com frio e dor... E meu lamento é coml um uivo solitário para a lua...
Você só vai mudar. E eu cansei de esperar e lutar. Preciso me levantar e encarar isso sozinha. Eu preciso ser suficiente sozinha... Eu já fiz isso antes. Posso fazer de novo...
Eu posso... Mas a verdade é que não queria... Eu queria um companheiro. Um que segura o escuro e não me permita cair...
Mas infelizmente, as vezes você ache como uma conta bancária com batimentos cardíacos.
Isso dói. Isso me corta.
Eu queria um companheiro...
É tão solitária e frio aqui... Mas não adianta eu lamentar. Meus lamentos caem em seus ouvidos surdos.
Você é surdo. E meus pais eram cegos.
Estou só... Ninguém para me ajudar...
Dói. Isso doi tanto... Tanto...
Preciso ser autosufiente sozinha.
Mas eu não queria. Eu queria uma matilha. Eu queria ser aquecida, eu queria sentir o peso ser dividido.
Eu queria... Eu queria... Muito... Ser parte de alguma coisa...
Mas... Esta tudo bem. Eu sou forte. Eu fiz isso antes quando um mero filhote. Então serei capaz de fazer de novo.
Eu sou forte.
Eu sou... Forte...
Eu sou... Forte