terça-feira, 5 de agosto de 2025

catarse


Eu senti a dor e compreendi de onde veio. A confiança quebrada, as consequências. Eu precisando me desdobrar para suprir o básico para mim.

Eu ainda não comi. E falei com a Ia do meu celular. O gemini.

E então as palavras que ouvi, a validação da dor. A orientação do que preciso fazer, me ajudou a chorar.

Como uma catarse. Eu chorei.

Transbordou para fora a dor. A sensação de validação que esta tudo bem me sentir mal assim.

Eu tenho apenas leite no estomago. É tudo que coloquei para dentro. Leite com um shake de substituir refeição.

Isso é minha alimentação. Essa "ração".

E meio que é catártico. Eu não tenho segurança que se eu falhar terei comida na mesa. Se eu falhar. Estarei faminta.

E... Ok. É catártico.

A sensação de algo ruim saindo, o alívio que nem sabia que precisava. As lágrimas escorrem.

E... Ok, esta tudo bem. Esta tudo bem eu chorar assim não?

As consequências de ter confiado nele.

Eu não comi hoje. E não será a primeira e nem a última vez... É minha culpa por confiar nele.

Da próxima vez eu faço tudo sem confiar nele. E então não estarei aqui, com fome.

É catártico... Eu gostei dessa palavra.

Vou escrever um pouco. Alguma história de fantasia. Isso não enche meu estomago. Mas alimenta e acalenta meus sentimentos.

Hoje não tem comida para mim. 

Eu não consigo. E talvez eu não devia me forçar tanto até vomitar e chorar.

Talvez eu deva apenas deitar na cama e chorar como uma criança pequena.

Amanhã talvez eu esteja melhor e consiga fazer comida. Estou com fome.

Mas ao menos. Eu tenho a mim mesma.

Eu posso confiar que logo irei melhorar e fazer comida.

consequências


Eu já toquei nesse assunto com meu esposo algumas vezes.

Eu já expliquei a importância das coisas. Mas... Isso não importa.

A pia esta suja. Eu quero vomitar.

Não consigo comer e limpar a cozinha para que eu possa almoçar.

Estou faminta e quero chorar. Me sinto com fome e abandonada. Isso é tão doloroso.

Mas... Eu decidi não me ressentir dele.

Eu confiei que ele cuidaria de algo importante para mim. E como sempre. Ele falhou comigo.

Agora estou 3 dias sem comer algo descente. Estou deprimida. Estou com fome.

E não quero comer. Na verdade. Eu digo que não quero comer, para não me ressentir dele.

Eu vou ficar sem comer? Não, decidi que vou comer o que estiver fácil tentar lavar o mínimo de louça e sobreviver assim.

Quero vomitar.

Eu quero comer.

Eu preciso de ajuda. Mas ele não pode me ajudar. Estou a sofrer pelas consequências de ter confiado nele...

A culpa é minha. Se eu tivesse não confiado algo tão importante para ele. Eu não estaria com fome agora.

Agora só posso me ressentir com a companhia da fome.


Rsrsrs dramático né? Talvez eu devia. Devia mesmo escrever algo.

Solitário



Querido diário, eu escrevi muito e apaguei tudo.

Toda a dor, toda a incerteza que vivi com meus pais eu revivo. O ciclo persiste.

Eu me sinto falando com uma parede. Na verdade, eu gostaria de buscar 15 Kg de arroz na temperatura do verão japonês de 35 graus em sol pleno do que dizer cada coisa pequena que me prova todos os dias que não posso confiar no meu companheiro.

Eu tenho a mim mesma. Eu repito para mim que posso confiar em mim mesma. Que posso contar contar comigo mesma.

E... Bem, essa é a verdade.

Minha psicóloga disse algo. Me apontou a rachadura na minha armadura. A ferida que nunca cicatrizou ao morar com meus pais. Que não cicatriza morando com meu esposo. E que, talvez, talvez isso "infeccione", vire rancor e o amor acabe.

Afinal, amor e confiança é tudo. Eu tenho muito amor, confio cegamente em coisas como dinheiro, relacionamento... Mas... Companheirismo?

Não. Meu marido é meu melhor amigo, meu amor...mas meu companheiro?

Não. Faz dias que eu sonho com isso, sozinha, andando com pessoas desconhecidas que sempre me provam que não são de confiança...

Tudo em mim grita. Não confie nele em nada.


Eu em alguns assuntos, eu esqueço e confio. Coisas pequenas.

A louça abandonada, a promessa de fazer a coisa x ou y. De implorar que não faça a ação x ou Y por que o resultado é X ou Y...

Ah, mas eu resolvo essa situação.

Resolve? 3 meses sem usar a banheira.
6 meses com uma lixeira inútil por que ela fede e eu sou incapa de limpa-la.

As vezes eu rio olhando a senhorita lixeira rindo de mim. Eu sonho em terminar a faxinha e confiante lavar a lixeira fedida.

Sério, um dia acordei feliz sonhando que a lixeira estava limpa e a banheira disponível para um banho gelado...

Foi só um sonho... Afinal, eu não consegui lidar com isso. 


Eu não sou mais a adolescência enérgica feliz capaz de orgulhosa erguer uma feira de 1,80 de altura tendo 1,55. Não aguento mais erguer sacos de 20 kg. Eu era jovem, corajosa e desbravava tudo.

Agora. Sou uma adulta olhando o passado. Lamentando meu eu imperativo querendo reconhecimento...

Tudo que consegui foi aprender a cansar meu físico, minha mente e agora ser tão frágil e danificada...

É solitário. Eu sou solitária em algumas questões. Ninguém pode me ajudar.

E esta tudo bem. Mas... Issdo dói. Não quero comer, não quero ser forte. Quero me deitar ao solo e ficar estirada, deprimida...

Eu estou exausta. Eu não quero mais lutar.

Talvez, talvez esteja ok eu ficar deprimida hoje. Lamentar pela ferida e a falha em minha armadura. Aceitar que talvez, o amor não seja o bastante. Que o que eu acreditava ser confiança, não é confiança. Tipo. Eu confio, mas... Meu parceiro todo dia prova que não é confiável. Todo dia deixa essa ferida antiga sangrar e ser reaberta, o ciclo repete.



Isso não tem cura. Não depende de mim.

E. Talvez eu preciso só aceitar que estarei sempre machucada nessa abertura da minha armadura. Que eu estarei sozinha lutando contra monstros que me assombram desde pequena.

Ninguém é digno de confiança. E esta tudo bem. Eu preciso apenas aceitar isso.

Aceitar que algumas jornadas são solitárias mesmos. E que se essa ferida infeccionar. Talvez me custe o amor. O que me une ao casamento.

Foi doloroso ouvir isso. Mas... Eu percebi que...

Eu não tenho um companheiro de batalha. Eu tenho um melhor amigo, um confidente, um amor... Mas um parceiro de guerra?

Não. Eu sou meu próprio exercício... E isso é solitário.

Acho que lamentarei um pouco essa realidade selvagem que não queria aceitar... Mas... É a verdade.

Meu companheiro provou que não é digno de minha confiança. Mas escolhi confiar nele.

Decidi aceitar essa ferida aberta e esperar que ela não seja o dominó do nosso fim. Mas...

Sinceramente... Talvez... Talvez dessa vez. Eu desista de lutar por nós...e aceite ser solo...

Mas pensarei com cuidado em tudo. Afinal, estou sem dormir. E ouvi coisas dolorosas.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Tão cansada


Ok, é eu de novo. Creio que ninguém mais liga para blogs. Mas cá estou eu aqui para desabafar.

Eu tenho um esposo, uma casa e nem trabalho. Vive apenas eu e meu amor em uma casa que parece digna de um acumulador sa history Chanel. Soa engraçado isso, uma adulta exausta, sem forças de manter a casa, arrumar tudo.

Preciso fazer o jantar, lavar roupas, lavar a louça, fazer compras, equilibrar tudo.

E meu emocional esta em frangalhos. Eu tenho meus motivos, e meu esposo tem os dele. Ele não esta bem, e precisa des cansar.

A questão é que eu não consigo ser o suficiente para ele. Não consigo ser o suficiente para nós dois. Tudo esta caótico e tudo que penso é que estou me afogando em equilibrar tudo.

Sinto que não dou conta. Mesmo lutando, eu não dou conta.

Para que me esforço tanto? Para que eu luto?

Para esperança de dias melhores? Sim, só pode ser isso.

Em fim, tô exausta, querendo desaparecer. Mas... Cá estou. Lutando. Carregando frustrações e abandono.

Eu queria o mínimo. E eu sinto que ao pedir o mínimo estou a pedir muito. Eu recebo amor. Mas a minha linguagem de amor é diferente das outras pessoas.

O afeto que eu quero não posso receber e é complicado.

Eu me sinto amada quando não preciso me preocupar com algo. Quando não imploro até a exaustão por algo.

Se me trazerem copo de água, isso é amor.
Se lavarem a louça sem eu pedir. Isso é amor.

Essa é minha linguagem de afeto, não é a rotina é ocasionalmente eu receber uma ajuda silenciosa.

Isso é o bastante para mim.

Mas se eu precisar pedir. Aí já se torna algo que recebi ao planejar, ao pedir, ao demandar esforço.


É estranho... Mas...eu sinto afeto e amor quando recebo algo sem pedir. Mas não exatamente algo que comentei, um supérfluo que tanro desejava. Eu sinto mais em pequenas coisas. Pequenas decisões.

Eu sou indecisa e gosto de pessoas decidas. A questão que pessoas decidas podem soam manipuladoras... é uma linha tênue...

Assim como para mim, opressão e amor é uma linha tênue...

Eu tô exausta. Palavras não me alcançam. Toque não me saciam. Eu não me sinto amada xom nada disso.

Talvez isso faça sentido...talvez não.

Minha linguagem de amor é diferente dos outros.

E as vezes sinto que... Meu amor não é capitado. 


Eu sou um gato trazendo peixes para um dragão. Eu não posso caçar ovelhas e algo descente.
Não somos compatíveis. Mas, não se importamos com isso. A gente tem algo melhor que amor.

Temos empatia, companherismo, respeito. E isso é muito melhor que um prato retorcido de veneno com uma placa escrita amor.

Eu não me sinto amada. Mas eu sou amada. Aprendi entender a linguagem de amor das pessoas. Aprendi as amar e tentar seguir sua linguagem de amor, com palavras, gestos...

Mas... As vezes. Sinto que não podem me amar como meu lado "primitivo" anseia...

Isso gera dor e frustração. Mas aprendi ser racional. Aprendi a lidar com isso.

É um problema meu.

Sabe... As vezes pode soar que meu esposo é uma pessoa ruim. Ele não é mau, distraído ou ausente. Ele só tem uma linguagem de amor não compatível.

E eu. Aprendi a lidar.

Assim como ele tem de lidar comigo que não é fácil, que é selvagem e violenta. Pois eu não vim de um lar de amor. Eu vim de um campo de guerra selvagem hostil onde sobrevivência grita na tua cara antes do bom dia.

Eu sou selvagem. Eu sou brutal. Eu não sei amar.

Mas sabe de uma coisa? Eu tenho me esforçado. E cedo ou tarde isso será só uma insegurança.

Afinal, eu sei onde erro e isso é um bom começo. Um começo....

Em fim, aqui esta minha dor em palavra enquanto digito de um campo de guerra que construí ao meu redor. Tá na hora de sermar as minas de guerra.

Tá na hora de ser forte e retomar o controle. Eu não estou bem. Mas, quem esta?

Quem...esta?

quinta-feira, 27 de março de 2025

O reflexo no espelho


Eu era pequena, e já via aquele alguém, rindo, e me chamando para correr e sugerindo brincadeiras.

-você viu aquela garota?...-eu disse para alice, minha babá.

-que garota?-ela disse confusa.

Então eu soube, naquele momento, enquanto a menina ria de forma levada que  não era real. Era nosso segredo, nunca falei dela, a menina sem nome que amava correr e brincar.

A menina que me disse sobre fica quieta, não fizer que podia vê-la se não me levariam ao hospício e coisas ruins aconteceriam. Falavamos em sussurros, até que aprendi conversar olhando o vazio...

E assim foi. Ela se foi, outros vieram. O meu outro eu de dentro do espelho é tão volátil quanto ver o reflexo em um lago, se distorcendo e sendo mudado a qualquer menor coisa.


Eu tentei ignorar todos, silencia-los. Até remédios tomei. Me anulando, me cortando, me modificando, enlouquecendo ...

E agora no auge dos meus quase 30 anos. Entendi, eles nasceram comigo e vão partir comigo... Enquanto eu viver... Eles vão viver. E hoje aprendemos a rir e chorar, conviver em paz...


Eu sou louca? Talvez... Mas sabe. Desta vez, esta tudo bem... Isso não tem cura e eu não preciso de pena. Apenas...vejo o mundo de forma diferente ... Eu nunca estou só.

Eu não sei o que é solitude... Pois sempre há uma sombra me fazendo companhia. Isso é bom?

Eu não sei... não conheço outra realidade sem remédios...
Em fim... Só...queria compartilhar que...esse é o meu "normal". Eu e eles ...

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

As profundezas


As profundezas do meu coração é um lugar inóspito,frio e escuro, cheio de coisas quebradas e se bobear vai se perder e esquecer para que lado é a superfície do mar, pois é tão profundo e distorcido que o sentido das coisas são perdidas.

Tenho dias bons, dias alegres, mas em ondas de maremoto meu coração se agita, relembrando a dor da perda os lamentos que engoli, o choro que não derrubei, as vezes que disse "esta tudo bem". Tudo que não chorei, não lamentei e deixei afundar no fundo de minha alma, no cemitério de navios dos sonhos...

Meu coração é como o mar onde pedras traiçoeiras engolem os navios de sonhos e nada restam, nem uma única tábua.

Eu sei... Eu só quero chorar, por lógica nesse sentimento abstrato de frio, sufocamento, dor. Acreditar que há feridas que possam ser reparadas. Eu estou com dor e quero atenção e cuidado... Quero muito gritar e chorar...


Mas.... Ok. Ok... Eu sou adulta e posso engolir tudo e seguir em frente. Mas... É a rota certa? Talvez não... 

Eu não sei as respostas. Mas... Descobrir as perguntas já é um começo não?

Ao meu coração que enterrou todos os meus barcos dos sonhos. Aqui fica, meu lamento...

Aos navios que nunca chegaram ao seu destino, aqui fica meu pesar e as lágrimas que antes não derramei.

sábado, 4 de janeiro de 2025

tão quebrada


"Não toque o seu rosto"
"Não coma assim"
"não ria alto, não fale assim, não pode, não... não, não!"

Quando percebi eu já era tão modificada que nunca soube quais eram minhas reais cores, me lembro de dizerem como eu era feia chorando, como era mal educada, em cono era isso e aquilo.

Eu achava incrível quando alguma palavra doce me era dita.

"você fala bem"
"Você fala como um adulto"

Oh, isso era o que eu mais amava de ouvir. Mas aos poucos se tornou.

"Ela fala difícil, eu não entendo nada"

Aos poucos eu não sabia para onde ir para ter migalhas de amor e atenção. Então devagar tentei ser medíocre para me destacar, mas lá no fundo eu odiava o reflexo que surgia de mim mesma...


Cabelos longos prateados e uma pele alva e corpo pequeno e magro. Esse oposto da pele bronzeada suavemente, cabelos negros longos e olhos escuros faziam com que eu acreditasse que seria melhor assim.

Devagar fui modelando buscando mais e mais formas que alguém olhasse e visse meu defeito. Eu quero um tiro na perna, olhos sem ver, uma garganta que não pode gritar, alguém me dê uma marca visível. Uma ferida gritante... Era o que eu berrava na adolescência.


Mas... Hoje em dia eu só quero alguém que me ajude faça a dor ir embora. Uma mente mais limpa sem estar nublada nas emoções. Quero mais pessoas como eu, não quero estar só...

Cheguei a pensar me meter em problemas apenas para por um fim em tudo. Cheguei já irritar e embebedar uma pessoa e apoiar suas maos em meu pescoço e implorar que desse fim á essa existência miserável...

Eu era ... Eu sou.... Tão quebrada...


Desejando o amor loucamente.
Atualmente sou amada. Mas isso não curou a dor e nem tornou minha mente saudável. O amor que achei que seria a minha cura não é o bastante... Por que? Eu não sou o bastante?


O que aconteceu? Por que sou assim? Tenho 30 anos em breve e sem espectativas de melhorar e ser diferente... Ninguém pode me salvar?

Por que é tão doloroso?

Pelo que estou pagando? O que eu fiz de errado? Para onde devo ir?

Por que sou essa coisa quebrada?...
Eu adoraria saber cantar. Mas infelizmente sem professores tudo que aprendi foi escrever e tentar... Tentar ser excelente nisso ao me expressar...mas sinceramente...eu queria era ser mais verbal...


Cale-se!!! Você é horrível! Cale a boca!


Eles riem. E eu apenas fico quieta sentindo algo em mim quebrando... Algo em mim...


Esta quebrado...