quarta-feira, 1 de junho de 2011

Chorando...

Por que amar...se tornou tão doloroso?

Me lembro daquele quarto escuro onde viamos filmes,eu e meu primeiro romance,eu e ele de mãos dadas,sendo lentamente corrompidos pelo desejo de luxúria,me lembro de sentir meu corpo inquieto e aquele medo,segurada pelos pulso,apertada aqui e ali,aquele medo,aumentando assim como a volúpia. Olhava sua face sorridente,as vezes a tv que exibia algum filme que por fim não assistia direito.

Me lembro daquele quarto fechado e escuro,de logo sentir se descompondo,como enfeitiçada,mas o feitiço se quebrar com as badaladas das 10 da noite e minha mãe vir me buscar,me recompus e descabelada fugi de sua teia. Depois daquela noite,comecei ter medo...de amar...desejando preservar minha inocência sobre os homens...

Jamais me esquecerei desses fragmentos de vidro da memória cravados em meu corpo. Medo?Medo de se entregar?Nenhum na verdade...mas medo de sentir-se traída,medo de a pessoa satisfazer-se e virar as costas...

Inuyumi se lembra da sua velha cabana,de seu corpo suado encostado na madeira gelada,sentindo seu corpo doer e seus pulsos presos,gemidos e gritos,mas parecendo não comover o coração daquela fera. Doía,machucava,sangrava...Mais doeu mais quando ele virou as costas para ela...e sumiu da mesma forma que apareceu...manchada de sangue,sozinha,carregou um filhote,este que cuidou e criou com amor,tendo até quase dado a vida para proteger a cria...


Hoje olhos minhas pegadas manchadas de vermelho,minha pele marcada,meu coração ferido e meu reflexo de uma garota que recua em pânico e fragilidade. Ser eu mesma?Quando posso ser?Devo ser a A raposa pervertida?Ou a pequena Inu ingênua?


Meu olho esquerdo,de pele corada,com o canto do lábio do mesmo lado sorri,o outro derrama lágrimas. Eu me olho e vejo que não sou nada. O que tenho de especial? Uma rosa em meio á um canteiro cheio. Um cão em meio um canil,um mero vira-lata. Seria capaz de amar-me?

Carregando meus medos,eu caminho calada,abaixando a cabeça para tudo. Não quero mais brigar,não quero mais machuca-lo e ofende-lo...as sinto que lentamente as minhas presas,minhas próprias vestes ou faixas se enrolam em meu corpo e me sufocam. Eu vou morrer?

Segurando a dor,vivo à tua sombra,se rastejando,se humilhando,não há prazer aqui,não há amor aqui,muitos me dizem,de cabeça baixa olho a minha sombra,que parece até se envergonhar de mim. Orgulhosa?...talvez...um resto disso me haja...

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